1ª Reunião
1. A CÉLULA
Uma célula é um grupo constituído de cinco a quinze pessoas, reunindo-se semanalmente para aprender como tornar-se uma família, adorar o Senhor, edificar a vida espiritual uns dos outros, orar uns pelos outros e levar pessoas ao Evangelho.
Cada célula deve ter no mínimo cinco pessoas e não deverá ultrapassar o limite de quinze. Os grupos de Moisés eram constituídos de 10 (Ex 18.21) e Jesus liderou doze. Quinze pessoas são o número ideal de membros para uma célula. Quando atingir esse limite, a célula deve se multiplicar.
1.1. Onde a célula se reúne?
Apesar de preferirmos residências, uma célula pode se reunir também em empresas (na hora do almoço), em escolas, em salões de festas (de condomínios) e em qualquer lugar onde haja um mínimo de silêncio e privacidade. Só não recomendamos reuniões em bares ou lugares semelhantes. Quando a célula não se reunir numa casa, naturalmente não haverá ali a figura do anfitrião. A maioria das nossas células acontecem em residências.
1.2. Por que uma célula não pode ter mais de quinze pessoas?
Não há tempo suficiente numa reunião para mais de quinze pessoas receberem ministração e compartilharem no grupo. É muito difícil para um líder, mesmo com um auxiliar, apascentar mais de quinze pessoas. Também, as casas, normalmente, não comportam mais do que quinze pessoas numa sala, para uma reunião.
A razão para se limitar o número de pessoas numa reunião de células tem muito a ver com linhas de comunicação. Quando duas pessoas se encontram, existem duas linhas de comunicação. Quando três estão reunidas, existem seis. Se há quatro pessoas reunidas, então temos doze. Se há cinco, o número sobe para vinte, e quando chega a dez, já são noventa linhas de comunicação. Quinze pessoas reunidas resultam em 210 linhas de comunicação, ou seja, a comunicação já não é apropriada.
1.3. Cuidado! Isso pode não ser uma célula!
Existem alguns tipos de grupos que não são células. Assim precisamos também saber o que não é uma célula.
Grupo de oração. Normalmente esse tipo de grupo é composto de pessoas que têm a seguinte atitude: “O que esse grupo pode fazer por mim”
Grupo de estudo bíblico. O problema deste tipo de grupo é que ele não estimula o compartilhar de necessidades e nem a verdadeira comunhão; pelo contrário, tende a se tornar um grupo restrito e fechado, onde o incrédulo não é bem-vindo.
Grupo de discipulado. Este tipo de grupo procura um crescimento espiritual num ambiente fechado e exclusivista.
Grupo de cura interior. É um tipo de grupo que usa técnicas da psicologia para buscar cura para os seus traumas emocionais. Todos eles são estéreis, melancólicos e introspectivos.
Grupo de apoio. Grupos assim são semelhantes a alcoólicos anônimos: as pessoas se reúnem para falar de seus problemas, vez após vez, semana após semana.
Ponto de pregação. Grupos assim têm como deficiência básica o fato de não compartilharem a realidade da vida do Corpo. As pessoas vêm e vão e o grupo é só um ajuntamento.
Qualquer grupo com as seguintes características:
• Grupo fechado, criado só para as pessoas de um departamento da igreja;
• Qualquer grupo que não tenha a multiplicação como objetivo;
• Qualquer grupo que não se submeta à liderança geral das células;
• Qualquer grupo que seja apenas uma reunião social.
Cuidado! Não se engane! Esses grupos acima não são células!
1.4. Como é uma célula?
A célula não é um grupo de oração, ainda que a oração seja um dos seus ingredientes básicos. Não é um grupo de discipulado, ainda que o discipulado aconteça espontaneamente. Não é um grupo de estudo bíblico, ainda que a edificação seja forte nas reuniões. Não é um grupo de cura interior, ainda que seja um lugar de restauração. Não é um ponto de pregação, ainda que o objetivo básico de cada célula seja a multiplicação. A célula é um pouco de cada um desses grupos.
A célula da igreja pode ser comparada a uma célula do nosso corpo. A célula não é o corpo todo, mas traz dentro de si todas as informações necessárias para gerar um corpo inteiro. Isto é o que nós chamamos de informação genética.
Nesse contexto, célula é simplesmente uma miniatura da igreja, reunindo-se nas casas. Não existe algo tal como um ministério de células; as células são o lugar onde os ministérios afluem.
A célula é muito maior que a sua reunião. Se a célula só existe no dia da reunião, então não é uma célula, mas apenas um culto caseiro. A célula acontece a semana toda: no supermercado, no shopping, na caminhada, no lazer, nas casas. Sempre que os irmãos se encontram, a célula acontece. A primeira característica da célula é ser comunidade, e não o fato de existir como uma reunião.
A célula não é um lugar onde, a cada semana, comparece um grupo diferente de pessoas.
Apesar da reunião de célula não ter como objetivo o evangelismo, o visitante será sempre bem-vindo. Na verdade, a célula visa a multiplicação, enquanto a reunião propriamente dita, está voltada para edificação.
Ainda que a reunião não seja somente evangelística, todo o projeto final da célula visa à multiplicação. Crentes realmente edificados na Palavra são crentes frutíferos. E o lugar adequado para se frutificar é no círculo familiar, na escola, no trabalho. A reunião do grupo funciona como um lugar de treinamento e motivação, para que cada um possa enfrentar, com ousadia, a guerra lá fora.
1.4.1. Uma célula possui endereço e dia certo de reunião.
Existem igrejas onde a reunião da célula é feita, a cada semana, na casa de um dos membros do grupo. A nossa experiência, porém, tem demonstrado, que um lugar de reunião definido produz no grupo um senso de identidade, constância e segurança.
1.4.2. A célula se reúne regularmente.
A chave para a comunhão é a constância, a regularidade. Não basta ter um lugar de reunião, é preciso que o grupo se reúna numa base regular, semanalmente. Nenhum relacionamento sólido e gratificante pode ser construído sem convivência. É a convivência que vai produzir vínculos de amor, de amizade e de aceitação.
1.4.3. A célula é homogênea.
Quando participamos de um grupo que possui as mesmas características gerais peculiares a nós, nos sentimos muito mais à vontade para compartilhar.
2. QUAL A ESTRATÉGIA DA CÉLULA?
Levar os membros a passarem por todos os processos da Escada do Sucesso. A célula não é lugar de rituais, formalismo, religiosidade, tradições, sermões, estudos, palestras, clubinho, ou mais um culto da igreja. A célula é lugar da vida transbordando em cada coração, é lugar de ministrações curtas e quentes, e também desenvolvemos a comunhão e a edificação, visando a formação de novos líderes para a multiplicação de novas células.
3. O ALIANÇA DAS CÉLULAS
O nosso crescimento espiritual depende de três coisas: compromisso, relacionamentos e disciplina. Sem compromisso e sem alianças não podemos edificar verdadeiramente a Igreja. Sem compromisso mútuo, a célula não pode existir. Mostramos nosso compromisso com Deus, quando temos compromisso com os nossos irmãos. As Alianças devem ser firmadas e relembradas, freqüentemente, pelo líder nas celebrações da Ceia e/ou Festa Ágape.
Líder convide o grupo à, de pé, fazerem a Aliança das Células. Peça para colocarem uma mão no coração e levantarem a outra em direção ao Senhor. Faça uma leitura responsiva. Ao final ore com eles ligando, tudo o que foi aliaçado, no céu e na terra. (Mt 18.18)
A Aliança de Amor Incondicional (Cl 3.12-17)
Eu escolho amar vocês, edificá-los e aceitá-los, não importa o que digam ou façam. Eu escolho amá-los do jeito que vocês são. Nada do que fizeram ou venham a fazer poderá me impedir de amá-los. Posso não concordar com suas ações, mas vou amá-los como pessoas e fazer tudo para suportá-los, na força do amor de Deus que habita em mim?
A Aliança da Honestidade (Ef 12.15-16)
Eu não vou esconder como me sinto a respeito de vocês. Contudo, pelo Espírito Santo, procurarei conversar francamente com vocês, de modo amoroso e perdoador, para que nossas frustrações mútuas não se transformem em amargura. Comprometo-me a ser sincero e honesto com vocês, pois sei que, quando falamos a verdade em amor, é que crescemos em tudo, naquele que é o cabeça, Cristo (Ef 4.15). Empenhar-me-ei para expressar esta honestidade de maneira sincera e controlada.
A Aliança da Transparência (Rm 12.15-16)
Prometo empenhar-me para ser uma pessoa mais aberta e compartilhar meus sentimentos, minhas lutas, minhas alegrias e minhas dores com vocês da melhor maneira possível. Eu farei isso, porque sei que, sem vocês, não irei muito longe. Digo isto para afirmar o valor que vocês têm para mim, como pessoas. Em outras palavras, eu preciso de vocês!
A Aliança da Oração (2Ts 1:11,12)
Eu faço uma Aliança de orar regularmente por vocês, pois creio que é isto que o nosso amado Pai deseja: que oremos uns pelos outros para que todos sejam supridos em suas necessidades. Participarei ativamente de quaisquer circunstâncias pelas quais vocês estejam passando, ajudando a cada um a levar o seu fardo.
A Aliança da Sensibilidade (Jo 4:1-29)
Assim como desejo ser ouvido, conhecido e compreendido por vocês, do mesmo modo farei tudo ao meu alcance para ouvi-los, conhecê-los e compreendê-los. Também prometo ser sensível tanto a vocês quanto às suas necessidades e esforçar-me para livrá-los do abismo, do desânimo e do isolamento. E, com esse propósito, recusar-me-ei a dar-lhes respostas simplistas para as situações difíceis nas quais vocês se encontrarem.
A Aliança da Disponibilidade (At 2:47)
Aqui estou, se precisarem de mim! Tudo o que tenho; tempo, energia, entendimento, bens, etc. está à disposição de vocês, até o limite dos meus recursos. Dou todas estas coisas a vocês, sem quaisquer outras exigências.
A Aliança de ser Confiável (Pv 11:9,13)
Prometo manter em segredo tudo o que for compartilhado dentro da célula, de modo a proporcionar uma atmosfera de confiança, necessária à transparência. Entendo, no entanto, que essa discrição não proíbe o meu líder de célula de compartilhar informações adequadas ao meu pastor. Entendo que os líderes e os auxiliares trabalham sob a supervisão pastoral e, como resultado disso, devem prestar contas aos pastores desta Igreja, os quais, por sua vez, prestam contas ao Pastor Maior: Jesus Cristo, meu Senhor! (Hebreus 13.17).
A Aliança da Prestação de Contas (Ez 13:16-21 e Mt 18:15-20)
Dou a vocês o direito de questionar-me, confrontar-me e desafiar-me em amor, quando eu estiver falhando em relação à minha vida com Deus, à minha família e ao meu crescimento espiritual (oração, estudo da Palavra, etc.). Confio que vocês serão guiados pelo Espírito quando assim o fizerem. Preciso de sua correção e repreensão, de modo a aperfeiçoar meu ministério, dado por Deus, no meio de vocês. Faço o pacto de não reagir! (Pv 12.1,15; 30.10,18).
A Aliança da Assiduidade (Lc 9:57-62)
Não entristecerei o Espírito, nem impedirei o seu trabalho na vida dos meus irmãos por minha ausência às reuniões, exceto em caso de emergência. Somente com a permissão dEle, em oração, considerarei a ausência uma possibilidade. Se estiver impossibilitado de comparecer por qualquer razão, em consideração aos irmãos, comunicarei ao meu líder de célula para que todos os membros do grupo saibam o que está acontecendo, para que possam orar por mim e não tenham maiores preocupações comigo.
A Aliança da Multiplicação (Mt 25:31-34)
Faço a Aliança de encontrar meios de me sacrificar por aqueles que se encontram fora da Igreja, da mesma forma que fiz a aliança de me sacrificar por vocês, meus irmãos e irmãs. Darei o máximo de mim para trazer dois ou mais incrédulos para a minha célula durante o seu ciclo de vida. Quero fazê-lo em nome de Jesus para que outras pessoas sejam adicionadas ao reino de Deus, por amor a Ele!
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